Poema ao Tempo

Se a gente pudesse, quem sabe,
Parar o Tempo. Voltar no Tempo.
Faria tudo igual ou diferente?
No Porto, à beira do Douro, senti este desejo e rabisquei este Poema.

Poema ao Tempo.

I
Ninguém esquece o tempo.
Aquele que a vida nos deu.
Dos encontros marcados ou perdidos.
Da vida certa na sua promessa.
Das pequenas promessas gravadas para sempre.
Dos olhares que penetraram a alma.

II
De onde vem o tempo.
Que se estende tão comprido quanto um rio.
Que devaneia corações e almas.
Que perturba o alquimista em suas misturas.
Que maravilha o sentido da vida.
Que bate de dentro para fora nos sonhadores.

III
Um dia o tempo acaba.
Quem sabe no ciclo da vida que vai e vem.
No recolher e despertar dos pássaros que se repetem.
No olhar sem fim dos apaixonados.
No coração de quem amou mais do que devia.
Na eternidade esquecida onde se encontram as saudades.

Autor: José Antonio Ribeiro Neto (Zezinho).

Em Porto com a esposa Selma.