Avós Portugueses Maternos
Meus avós maternos e filhos. Sentados: Meu avô José Elias e minha avó Leopoldina. De pé ao fundo meus tios: Cândida, Lino e minha mãe Narcisa. De pé na frente os meus tios: José, João, Félix, Wilson e Milton
Os meus avós maternos, José Elias e Leopoldina, vieram da freguesia de Penhas Juntas, concelho de Vinhais, distrito de Bragança, província de Trás-os-Montes e Douro, no norte de Portugal, junto à fronteira com Espanha.
Os meus avós maternos, José Elias e Leopoldina, vieram da freguesia de Penhas Juntas, concelho de Vinhais, distrito de Bragança, província de Trás-os-Montes e Douro, no norte de Portugal, junto à fronteira com Espanha.
O meu avô José Elias era uma pessoa calma, tranquila e sossegada. Por detrás dessa calma, estava um estrategista e um grande empreendedor. Ele tinha um empório e um hotel. Um negócio alimentava o outro, ideias que aprendi para o futuro.
O meu avô José Elias era uma pessoa calma, tranquila e sossegada. Por detrás dessa calma, estava um estrategista e um grande empreendedor. Ele tinha um empório e um hotel. Um negócio alimentava o outro, ideias que aprendi para o futuro.
Ele dava-me muita atenção. Depois das aulas, passava pelo empório para conversar com ele, comer bolachas e doces portugueses que na altura vinham em latas e eram vendidos por quilo. Eu ajudava-o a atender os clientes e aprendia com ele sobre negócios, em especial a famosa prova dos nove, noves fora nada.
Ele dava-me muita atenção. Depois das aulas, passava pelo empório para conversar com ele, comer bolachas e doces portugueses que na altura vinham em latas e eram vendidos por quilo. Eu ajudava-o a atender os clientes e aprendia com ele sobre negócios, em especial a famosa prova dos nove, noves fora nada.
Quando não havia clientes, ele contava histórias e façanhas dos tempos em que vivia em Portugal. Falava sobre as guerras na Europa, a sua ida para França para trabalhar, o encontro com a minha avó Leopoldina, que desafiou o pai para se casar com ele, na altura um ato raro. Contava-me como eram as terras, as suas casas pequenas, os poucos espaços para plantar devido ao solo pedregoso, o inverno rigoroso do Norte e a vida difícil que tinham.
Quando não havia clientes, ele contava histórias e façanhas dos tempos em que vivia em Portugal. Falava sobre as guerras na Europa, a sua ida para França para trabalhar, o encontro com a minha avó Leopoldina, que desafiou o pai para se casar com ele, na altura um ato raro. Contava-me como eram as terras, as suas casas pequenas, os poucos espaços para plantar devido ao solo pedregoso, o inverno rigoroso do Norte e a vida difícil que tinham.
Sempre o considerei um romântico, pois percebia nele um encanto pela vida, pelos filhos e pela minha avó Leopoldina, uma portuguesa de personalidade forte e espírito vencedor que ele nem arriscava contrariar. Ela obrigava-nos a ir à missa todos os domingos em fila indiana com as minhas irmãs e primos. Nunca perdi ponto com ela obedecendo e seguindo as regras.
Quando ela surgia a caminhar em direção ao Hotel, onde vivíamos, eu observava-a e sentia um imenso orgulho, pois demonstrava estar decidida a chegar e resolver os problemas, quaisquer que fossem.
Sempre o considerei um romântico, pois percebia nele um encanto pela vida, pelos filhos e pela minha avó Leopoldina, uma portuguesa de personalidade forte e espírito vencedor que ele nem arriscava contrariar. Ela obrigava-nos a ir à missa todos os domingos em fila indiana com as minhas irmãs e primos. Nunca perdi ponto com ela obedecendo e seguindo as regras.
Quando ela surgia a caminhar em direção ao Hotel, onde vivíamos, eu observava-a e sentia um imenso orgulho, pois demonstrava estar decidida a chegar e resolver os problemas, quaisquer que fossem.
Aos domingos, ela esperava os filhos e netos para o almoço. Lá estávamos nós, sentados à mesa, a comer sardinhas, bacalhau com batatas, cebolas, pimentão e tomates. E o meu avô a servir um bom vinho português de garrafão que nunca faltava nas nossas casas.
Aos domingos, ela esperava os filhos e netos para o almoço. Lá estávamos nós, sentados à mesa, a comer sardinhas, bacalhau com batatas, cebolas, pimentão e tomates. E o meu avô a servir um bom vinho português de garrafão que nunca faltava nas nossas casas.
Ninguém reclamava da felicidade de ser português.
Com os meus avós maternos, aprendi muito sobre a vida na cidade, ter o próprio negócio, trabalhar e respeitar as pessoas.
Ninguém reclamava da felicidade de ser português.
Com os meus avós maternos, aprendi muito sobre a vida na cidade, ter o próprio negócio, trabalhar e respeitar as pessoas.