Q7-Geração de Engagement

Q7 - O que é necessário para que uma história construída com base em dados tenha capacidade de gerar engagement com público? 

Resposta à pergunta

Histórias melhoram a compreensão nos fazendo associar informações além de engajar o interesse mais do que figuras e fatos isolados.

Várias técnicas são utilizadas para contar histórias nos diversos segmentos como cinema, teatro, literatura para obter o engagement. 

Estas técnicas podem ser utilizadas para narrativas de dados, mas sugerimos outras consideradas importantes.

Algumas formas de engagement com o público a partir das histórias de dados são:

1 - Oriente as histórias de dados para um ponto central

2 - Seja seletivo com os dados 

3 - Promova empatia e conexão emocional 

4 - Ajude o interlocutor a obter insights sobre os dados

5 - Cuidados com viés e falsas narrativas

6 - Relacione a história com uma pessoa

7 - Encontre a narrativa convincente baseada na análise de dados

Vamos descrevê-las a seguir.

1 - Oriente as histórias de dados para um ponto central

Com o dilúvio de dados que chegam até nós todos os dias, as histórias de dados ajudam a transmitir aspetos significativos dos dados de forma clara e resumida.

A análise de dados é orientada para usuários especialistas e exige que os interessados estejam alfabetizados em dados. 

As histórias de dados por outro lado promovem descobertas sobre dados para pessoas comuns ou público-alvo específico alfabetizado ou não em dados.

As narrativas de dados devem direcionar a atenção do público para um ponto central ou mensagem principal que traga as boas novas sobre os conhecimentos gerados a partir dos dados.

Ponto central é o foco do que precisa ser mostrado para que o interlocutor se interesse pela história de dados.

2 - Seja seletivo com os dados

Hoje o tempo e atenção das pessoas estão em falta, portanto, a história deve ser clara, concisa e precisa para atrair interesse.

Seja altamente seletivo em suas escolhas sobre o que incluir e o que deixar de fora de suas histórias de dados. 

Não inclua detalhes sinuosos e insignificantes que geram dúvidas.

Tenha cuidado com a procedência dos dados, de onde vieram, se são válidos ou não, se podem ocasionar erros na análise de dados e o resultado se tornar uma narrativa falsa.

Fale sobre os dados de maneira menos técnica e mais clara possível utilizando apenas o que é necessário, útil e relevante.

3 - Promova empatia e conexão emocional

A maior parte das histórias de dados apresentam fatos e números sobre uma análise de dados e isso não traz conexão emocional com o interlocutor.

É possível estabelecer conexões emocionais com as histórias de dados relacionando dados com a vida das pessoas.

Procure promover nas histórias de dados alguma forma de conexão emocional entre a história e o interlocutor. 

É a melhor maneira deste leitor se interessar e se conectar com a história de dados. 

4 - Ajude o interlocutor obter insights sobre os dados

Poucas formas de comunicação são tão persuasivas quanto uma narrativa convincente. 

Narrativas de dados são baseadas em descobertas que mostram o significado dos dados os transformando em conhecimento.

É preciso ajudar o interlocutor a entender as descobertas que estes dados oferecem para que se interesse e participe da história e para isso podemos recorrer à uma visualização gráfica dos dados.

Uma ferramenta gráfica são os infográficos que resumem e representam a informação em formato visual atraente com elementos de imagens, gráficos, ícones, textos e diagramas. 

Outra são os Dashboards ou painéis digitais interativos que permitem simulações e interação com os dados permitindo ao interlocutor a obter os seus próprios insights a partir dos dados.

5 - Cuidado com o viés e falsas narrativas

Viés cognitivos são tendências para pensar e julgar baseados em nossa própria perspetiva, experiência, conhecimentos e filtros.

As histórias de dados são o lugar onde a verdade ou ficção podem ser trazidas à vida e disseminadas para outros.

Como contador de histórias de dados, você tem poder e responsabilidade, pois a forma que seleciona, organiza e apresenta fatos pode mudar a maneira como as pessoas veem o mundo.

No processo de montagem de histórias de dados é preciso ser cuidadoso para evitar a criação de falsas narrativas e você precisa verificar seus próprios vieses cognitivos e considerar potenciais vieses em seu público.

Muitas vezes mesmo se esforçando para que as histórias de dados reflitam a realidade é possível cometer erros involuntários.

Um grande problema nas narrativas de dados é que são contadas a partir de dados recolhidos de vários locais e em grande quantidade, e se estes dados não forem confiáveis pode vir a gerar falsas narrativas.

Situações comuns para a falta de veracidade dos dados são fontes imprecisas, erros de software, viés estatísticos, falta de segurança, fontes não confiáveis, falsificações, incertezas, falta de atualização, erros humanos, imprecisões, entre outras.  

Mesmo que a análise de dados tenha feito descobertas significativas sobre os dados, a falta de veracidade vai gerar falsas narrativas.

Sendo assim, para qualquer história de dados que criar certifique-se de considerar outras possibilidades como validar a procedência dos dados, validar ideias opostas às suas, validar as histórias fora do público-alvo.

6 - Relacione a história com uma pessoa

Histórias de dados em sua maioria são contadas a partir da visualização dos dados, uma área da computação gráfica.

Nela atuam designers e especialistas em ambiente gráficos que produzem conteúdos, desenvolvem software e maneiras gráficas de apresentar a informação via computador.

Esta área tem grande impacto sobre Big Data pois é a base da etapa 5 quando são apresentadas as descobertas sobre grandes volumes de dados de maneira gráfica e visual para ser facilmente entendidas. 

Existem várias técnicas para aumentar a qualidade emocional de uma visualização que vão desde a estruturação da história, escolha das cores, palavras, uso de gráficos interessantes e outros elementos do design.

A maneira mais inteligente de relacionar a narrativa com o interlocutor é encontrar a história de uma pessoa relacionada aos dados para exemplificar a narrativa em vez de começar com fatos gerais e figuras.

Faça com que o interlocutor se identifique com algo dentro da história para seu esforço não ter sido em vão.

Um exemplo 

O que fica melhor? 

Você dizer que as execuções hipotecárias aumentaram 20% em Portugal neste ano, ou dizer que a Felipa está preocupada em perder a sua casa?

Neste caso é melhor contar a histórias de dados através da perspetiva de Felipa nosso personagem.

Nesta narrativa de dados poderia haver gráficos simples mostrando perdas e ganhos da Felipa e ao final concluir que é possível resolver isso pois ela conseguiu financiar as dívidas e retomou sua vida.

A partir do momento que o elemento humano entrou na história dos dados foi possível montar uma narrativa que atraiu públicos diferentes, tanto os que estão na situação da Felipa quanto os que foram comovidos pela situação da personagem.

Ou seja, a história de dados ganhou vida própria.

7 - Encontre narrativas convincentes baseadas na análise de dados

A maior parte dos insights sobre o que os dados querem nos contar quase sempre acontecem na Etapa 3 do Big Data quando especialistas iniciam a exploração dos dados chamada de EDA (Análise Exploratória de Dados).

Na EDA os analistas ou cientistas de dados começam a brincar com os dados os comparando, relacionando, estabelecendo conexões, tentando responder perguntas previamente elaboradas ou novas que surgem.

É o processo de descoberta sobre o que os dados querem nos contar.

A narrativa de dados deve explorar os resultados finais da EDA que foram comprovados para produzir impacto nos interlocutores.

É difícil encontrar narrativas convincentes para explicar as descobertas na EDA por serem muito técnicas e científicas, mas sempre é possível encontrar um gancho, impulso e propósito para despertar e cativar o interlocutor no assunto.